Projeto AdaptaVias é um esforço empreendido pelo Ministério dos Transportes (MT), no âmbito do Memorando de Entendimento firmado com a Deutsche Gesellschaft fur Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH no Brasil, que conta com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e do  Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e é executado pela parceria formada entre a Gitec Brasil e o Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, no âmbito do ProAdapta.

Projeto AdaptaVias se propõe a realizar um levantamento dos impactos e riscos da mudança do clima sobre a infraestrutura federal de transportes terrestres (rodovias e ferrovias) existente e projetada. Esse levantamento dará subsídios para tomadas de decisão para adaptação aos impactos causados pela mudança do clima.

De 1995 a 2014 o Brasil registrou mais de oito mil casos de danos às infraestruturas devido a fatores climáticos, totalizando um prejuízo de R$ 26,9 bilhões (Ceped UFSC; World Bank, 2016). Infraestruturas de transporte estão diretamente expostas a condições climáticas extremas de temperatura, precipitação, tempestades, enchentes, deslizamentos e aumento do nível do mar (PBMC, 2014). No entanto, muito pouco se sabe sobre os impactos do clima na infraestrutura de transporte brasileira. Todos os modos de transportes são propícios a sofrerem algum tipo de impacto, mas a severidade destes impactos pode variar dependendo da localização, do modo de transporte e da condição da infraestrutura.

Neste cenário, é fundamental adquirir conhecimento sobre os impactos da mudança do clima sobre os ativos que compõem a infraestrutura federal de transporte terrestre (rodovias e ferrovias), de modo a induzir uma reflexão acerca das medidas necessárias à incorporação de medidas de controle e resposta nas várias fases do ciclo de vida desses ativos. Avaliações de risco climático são úteis para aferir a necessidade e urgência de medidas de adaptação, planejar ações e fornecer os recursos necessários (Arent et al., 2014; German Environment Agengy, 2017; Unece, 2020)

Veja a apresentação do projeto Adapta Vias:

Diretrizes de sustentabilidade do Ministério dos Transportes

O Projeto AdaptaVias está alinhado com as Diretrizes de Sustentabilidade do Ministério dos Transportes, em especial a Diretriz 2, de promover a inserção das questões relacionadas à mudança do clima na infraestrutura de transportes.Dos cinco princípios determinados nas Diretrizes de Sustentabilidade, os princípios II a V tem total alinhamento com o Projeto AdaptaVias:

II. Conciliação da infraestrutura de transportes com a conservação do meio ambiente;

III. Mitigação dos impactos socioambientais negativos;

IV. Redução das emissões por meio do aumento da eficiência da matriz de transporte e da utilização de combustíveis sustentáveis;

V. Adaptação dos sistemas de transportes à mudança do clima.

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As definições de Risco de Impacto Climático e seus componentes: Impacto, Ameaça, Exposição e Vulnerabilidade utilizados no Estudo são resumidos abaixo:

O conceito de risco climático introduzido no quinto relatório de avaliação (AR5) pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC na sigla inglesa), define: Risco como o potencial para consequências (impactos), onde algo de valor está em jogo e onde o resultado é incerto (IPCC, 2014). O risco de impactos relacionados ao clima resulta da interação entre os componentes do risco: Ameaça climática, Exposição e Vulnerabilidade (sensibilidade e capacidade adaptativa) de sistemas humanos e naturais.

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Componentes:

▪ Ameaça: potencial de um evento ou impacto físico;

 Exposição: presença de elementos em lugares e ambientes que poderiam ser afetados negativamente;

▪ Vulnerabilidade: propensão a ser adversamente afetada (sensibilidade e capacidade adaptativa);

▪ Impacto: termo usado para se referir aos efeitos sobre os sistemas naturais e humanos de clima extremo, eventos climáticos e de mudança climática.

Objetivo geral:

Realizar um levantamento dos impactos e riscos da mudança do clima sobre a infraestrutura federal de transportes terrestres (rodovias e ferrovias) existente e projetada, como subsídio para o desenvolvimento de estratégias de adaptação no setor.

Objetivos específicos:

· Levantar o histórico de impactos associados ao clima;

· Identificar as principais ameaças climáticas atuais e em cenários de mudança do clima;

· Levantar o nível de vulnerabilidade (sensibilidade e capacidade adaptativa) dos modos de transportes terrestres;

· Avaliar o nível de risco climático dos modos de transportes terrestres;

· Identificar e priorizar medidas de adaptação;

· Fornecer informações (dados, indicadores e índices) no formato necessário para incorporação ao AdaptaBrasil MCTI;

· Fornecer subsídios para incorporar a avaliação de risco climático e as medidas de adaptação nos mecanismos e instrumentos de tomada de decisão considerando cada fase do ciclo de vida dos ativos de infraestrutura de transportes terrestres (planejamento, estudos e projetos, implantação, manutenção e operação).

Resultados:

A seguir estão apresentados os seis relatórios elaborados durante o Projeto AdaptaVias, com seus respectivos anexos.

 SUMÁRIO EXECUTIVO

PRODUTO 1 – PARTE I. PLANO DE TRABALHO

 · Anexo I. Cronograma Detalhado

PRODUTO 1 – PARTE II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

· Anexo I – Repositório Bibliográfico

· Anexo II – Tabelas de Indicadores

PRODUTO 2 – ESTUDO SOBRE OS IMPACTOS RELACIONADOS AO CLIMA NA INFRAESTRUTURA FEDERAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, RODOVIÁRIO E FERROVIÁRIO, COM BASE NA ANÁLISE DE DADOS E DE SÉRIES HISTÓRICAS

· Anexo I. Registro das consultas com as instituições-chave

· Anexo II. Quadro de Consolidação das Bases de Dados

· Anexo III. Formulários de Priorização dos Impactos na Infraestrutura

· Anexo IV. Relatoria das Oficinas Participativas

· Anexo V. Cadeias de impacto consolidadas-Anexo VI. Mapas Cartográficos (em tamanho A3)

PRODUTO 3 – RELATÓRIO DE IDENTIFICAÇÃO DAS AMEAÇAS CLIMÁTICAS

· Anexo I. Descrição das ameaças climáticas

· Anexo II. Normas de Especificação de Serviço (DNIT)

· Anexo III. Planilha com os principais pontos das Normas de Especificação de Serviço

· Anexo IV. Figuras e mapas resultados dos cálculos das modelagens da climatologia atual e futura e da tendência por índice climático

PRODUTO 4 – ANÁLISE DE VULNERABILIDADE E EXPOSIÇÃO DA INFRAESTRUTURA FEDERAL DE TRANSPORTES TERRESTRES

· Anexo I. Bibliografias

· Anexo II. Histórico de Consultas

· Anexo III. Formulários das Oficinas

· Anexo IV. Tabela Indicadores (Níveis)

· Anexo V. Figuras dos Indicadores Hierarquizados

· Anexo VI. Análise Geral sobre Exposição, Vulnerabilidade e Capacidade Adaptativa

PRODUTO 5 – ANÁLISE DE RISCO CLIMÁTICO

· Anexo I. Mapas (A3)

PRODUTO 6 – MEDIDAS DE ADAPTAÇÃO

· Anexo I. Repositórios de pesquisa

· Anexo II. Rede de conexão entre palavras-chave

· Anexo III. Tabela de medidas de adaptação

Visualização e download de dados georreferenciados

Bibliografia citada:

ARENT, D. J. et al. Key economic sectors and services. In: FIELD, C. B. et al. (Eds.). Climate Change 2014: Impacts, Adaptation, and Vulnerability. Part A: Global and Sectoral Aspects. Contribution of Working Group II to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. New York, NY: Cambridge University Press, 2014. p. 50.

CEPED UFSC; WORLD BANK. Relatório de danos materiais e prejuízos decorrentes de desastres naturais no Brasil: 1995 – 2014. [s.l.] Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (CEPED UFSC); Banco Mundial, 2016. Disponível em: <http://www.ceped.ufsc.br/wp-content/uploads/2017/01/111703-WP-CEPEDRelatoriosdeDanoslayout-PUBLIC-PORTUGUESE-ABSTRACT-SENT.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2017.

BMC. Impactos, vulnerabilidades e adaptação às mudanças climáticas. Contribuição do Grupo de Trabalho 2 do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas ao Primeiro Relatório da Avaliação Nacional sobre Mudanças Climáticas [Assad, E.D., Magalhães, A. R. (eds.)]. Rio de Janeiro, RJ, Brasil: COPPE. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014.

GERMAN ENVIRONMENT AGENCY. Guidelines for Climate Impact and Vulnerability Assessments. Recommendations of the Interministerial Working Group on Adaptation to Climate Change of the German Federal Government. Dessau-Roßlau: Umweltbundesamt, 2017. Disponível em: <https://www.umweltbundesamt.de/sites/default/files/medien/376/publikationen/guidelines_for_climate_impact_and_vulnerability_assessments.pdf>.

IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change (2014). Climate Change 2014: Impacts, Adaptation, and Vulnerability. Part A: Global and Sectoral Aspects. Contribution of Working Group II to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [Field, C.B., V.R. Barros, D.J. Dokken, K.J. Mach, M.D. Mastrandrea, T.E. Bilir, M. Chatterjee, K.L. Ebi, Y.O. Estrada, R.C. Genova, B. Girma, E.S. Kissel, A.N. Levy, S. MacCracken, P.R. Mastrandrea, and L.L.White (eds.)]. Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA, 1132 pp.

UNECE. Climate Change Impacts and Adaptation for Transport Networks and Nodes Climate Change Impacts and Adaptation for Transport Networks and Nodes. Geneva: United Nations Economic Commission for Europe

(UNECE), 2020. Disponível em: <https://www.unece.org/fileadmin/DAM/trans/doc/2020/wp5/ECE-TRANS-283e.pdf>